10/03/2016 às 17h50 - Atualizado em 22/07/2024 às 13h21

Até maio, governo quitará débitos com mais da metade das empresas credoras

COMPARTILHAR

Até maio, governo quitará débitos com mais da metade das empresas credoras

Todos os fornecedores receberão até R$ 50 mil. Dívidas são referentes a serviços prestados até 2014

Brasília (10/3/2016) – O governo de Brasília vai liquidar até 31 de maio as dívidas com 56,4% dos fornecedores. São 1.011 empresas credoras de valores até R$ 50 mil. As outras 781, que têm a receber mais do que isso, também receberão esse valor. O anúncio foi feito pelo governador Rodrigo Rollemberg na manhã desta quinta-feira (10), no Palácio do Buriti. As dívidas com as instituições privadas foram acumuladas de 2008 a 2014.

A medida será formalizada por meio de portaria conjunta das Secretarias de Fazenda e de Planejamento, Orçamento e Gestão, a ser publicada no Diário Oficial do Distrito Federal. Serão pagos R$ 50,5 milhões. O documento escalona os pagamentos em três parcelas. Considerando uma empresa que tenha exatamente o montante de R$ 50 mil a receber, o passivo será pago da seguinte maneira: R$ 8 mil até 31 de março; R$ 8 mil até 29 de abril; e R$ 34 mil até 31 de maio.

Rollemberg destacou o esforço da equipe econômica do governo para permitir a quitação dos débitos com mais da metade dos credores. “Fizemos o trabalho de registrar todas as dívidas que estavam engavetadas e, agora, essa medida vem como impulso importante para a economia da nossa cidade”.

O secretário de Fazenda, João Antônio Fleury, acompanhou o raciocínio do chefe do Executivo ao comentar que a fixação do teto de pagamento em R$ 50 mil, neste momento, vai fomentar as microempresas da capital do País. “Os titulares de créditos de pequeno valor têm menor capacidade para se manter e essa portaria vai dar fôlego aos seus negócios”, destaca.

ArrecaDespesas Exercicios Anteriores AgenciaBrasiliadação

O restante da dívida com os 781 credores que têm valores maiores a receber deverá ser pago de acordo com a arrecadação do DF em 2016 e com recursos provenientes de fontes extraordinárias. “A securitização de parte da dívida ativa, a venda de terrenos e outras receitas extras contribuirão para liquidarmos boa parte dessas despesas de exercícios anteriores”, diz Fleury.

Em 2015, segundo consta no Sistema Integrado de Gestão Governamental (Siggo), o governo de Brasília pagou R$ 1,1 bilhão de despesas de exercícios anteriores. A dívida atualmente é de aproximadamente R$ 1,1 bilhão. Empresas de limpeza, vigilância e telecomunicações, entre outras, compõem a lista de credores.

Diferença

As despesas de exercícios anteriores se diferenciam dos restos a pagar. No primeiro caso, trata-se de uma dívida que nem sequer chegou ao estágio de ser empenhada e depende de análise mais criteriosa para a sua posterior liquidação. É o que fez o governo de Brasília em 2015, auditando os contratos para verificar se os serviços foram prestados de forma satisfatória. Nos restos a pagar, a despesa é empenhada e liquidada, restando apenas o estágio do pagamento para o exercício seguinte. Ou seja, o governo firma o compromisso de reservar recurso para a quitação daquele passivo.

Calendário

Em 16 de setembro de 2015, o governo publicou um decreto reconhecendo as dívidas anteriores a 31 de dezembro de 2014 e elaborou um calendário de pagamento. Todas as pastas abasteceram a equipe econômica com informações de contratos não empenhados, e a estratégia inicial era quitar as despesas de exercícios anteriores até dezembro de 2018. Em 27 de novembro, um novo decreto reduziu de 60 para 30 a quantidade de parcelas para sanar os passivos. No entanto, por recomendação do Tribunal de Contas do DF, o Executivo revogou, em janeiro, esses dois decretos e construiu a atual portaria, na qual fixa o teto de R$ 50 mil de pagamento até 31 de maio.

Fonte: Agência Brasília